segunda-feira, 14 julho 2025

Passageiros da Gol que tentam há dias deixar Noronha seguem à espera de voo

Gol deixou de realizar voos para ilha após Anac proibir aeronaves com motores a reação

Nesta segunda-feira (17), passageiros contaram que funcionários da Gol informaram, no aeroporto, que é necessário que haja vaga em um voo da Azul para que eles possam ser alocados (Foto: Divulgação)

Passageiros da Gol Linhas Aéreas que estão há dias tentando deixar Fernando de Noronha seguem fazendo “plantão” no aeroporto na expectativa de conseguir um voo, nesta segunda-feira (17). Mais de 20 clientes tiveram voos cancelados após o governo federal proibir os pousos de aeronaves com motores a reação, os chamados turbojatos.

A restrição, que entrou em vigor na quarta (12), foi determinada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) por causa das condições da pista do aeroporto da ilha. Além da Gol, que não tem realizado viagens desde então, a Azul realiza voos para Noronha.

Nesta segunda-feira (17), passageiros contaram que funcionários da Gol informaram, no aeroporto, que é necessário que haja vaga em um voo da Azul para que eles possam ser alocados. Segundo informações do local, ainda havia, ao menos, 26 pessoas sem saber quando vão conseguir sair de Noronha.

Após a publicação da reportagem, a Gol informou que deve realizar, na quarta-feira (19), “uma operação extra” para atender os clientes que compraram o trecho Noronha-Recife e que ainda permanecem na ilha.

 Uma das pessoas nessa situação é o professor de tênis Vander Pereira Júnior. Morador de São Paulo, ele contou tenta retornar desde sexta-feira (14), sem sucesso.

O professor afirmou que, desde então, a companhia não pagou alimentação ou água e que foi disponibilizada hospedagem apenas no domingo (16).

“Esse é o quarto dia que estou no aeroporto. Passo o dia aqui, sentado no chão, sem suporte da Gol. A empresa diz que não tem previsão e que depende de disponibilidade de vaga na Azul, alguma sobra. Isso é bizarro, eu nunca vi isso”, falou Vander.

A estudante Juliana Franco Stoppe, de 18 anos, que chorou no sábado (15) após a empresa indicar que ela poderia embarcar, mas que a irmã de 20 anos ficaria na ilha, disse que segue sem previsão de quando as duas vão poder viajar de volta para São Paulo.

“Eu optei por não ir porque não poderia deixar minha irmã sem saber quando ela iria voltar. Eu não aguento mais, eu só queria voltar para casa e ver minha família. É traumatizante. Nem sei se um dia vou querer voltar para Noronha”, contou Juliana.

O dono de pousada Júlio César da Costa disse que está acumulando prejuízos desde o anúncio das restrições de voos para Fernando de Noronha.

“Em quatro dias, contabilizamos prejuízos de R$ 50 mil. São cancelamentos e pessoas com medo de embarcar para a ilha sem saber se vão retornar para o local de origem, entre outros problemas”, disse Júlio.

Respostas

A Gol afirmou que, desde a proibição da Anac, teve de suspender seus dois voos diários entre o Recife e a ilha. A companhia alegou que têm priorizado a comunicação com os clientes afetados e que está “oferecendo todas as facilidades para os passageiros, conforme a necessidades de cada caso”.

Sobre os passageiros que não conseguiram ainda deixar Noronha, a companhia disse que vai fazer um voo em parceria com a Voepass.

A empresa disse, ainda, que clientes e moradores da ilha com passagens emitidas com destino ou partida de Fernando de Noronha desde a quarta (12) e que compraram bilhetes diretamente com a Gol “podem remarcar suas viagens, pedir crédito ou reembolso diretamente” pela internet ou ligar para a Central de Atendimento no 0300-115 2121.

O governo do estado informou, por meio de nota no dia 6 de outubro, que a Secretaria de Infraestrutura e Recursos Hídricos de Pernambuco (Seinfra) “tem intensificado os investimentos para a ampliação da infraestrutura do aeródromo e adequá-lo aos modelos atuais e futuros de movimentação das aeronaves”.

Nesta segunda-feira (17), a assessoria de comunicação da Seinfra informou que a equipe que vai executar a obra no aeroporto está na ilha. A embarcação com insumos e equipamentos para o trabalho tem previsão de chegar na terça-feira (18). A expectativa do governo é executar a obra emergencial na pista em 60 dias.

Com informações G1.

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