As vítimas seriam obrigadas a tatuar o sobrenome de um dos investigados nas costas para promovendo sua “marca” para os usuários de sites pornográficos
Sócio de uma lan house em Viamão (RS), o empresário Bruno Nunes Ramires, 31, foi indiciado pela Polícia Federal por envolvimento em tráfico internacional de pessoas para fins de exploração sexual. O pai dele, apontado como comparsa, também é alvo da investigação.
Os dois são suspeitos de tráfico internacional de pessoas, cárcere privado, estupro, tortura, lesão corporal e redução a condição análoga à de escravo. Ramires foi preso no ano passado em Minsk, capital de Belarus, após uma brasileira de 19 anos denunciá-lo às autoridades. Ela procurou a embaixada do Brasil.
As informações foram enviadas para as autoridades brasileiras e Ramires teve a prisão preventiva decretada pela Justiça Federal no Rio Grande do Sul. A Interpol recebeu um alerta. Ele foi localizado e, no início deste ano, foi extraditado.
Em nota enviada nesta segunda-feira (16), o advogado de Ramires, Juliano Spagnolo, afirmou que “a inocência restará plenamente demonstrada no curso do processo”.
O suspeito está em prisão preventiva. Em maio, a ministra Laurita Vaz, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), negou, em caráter ainda provisório, um habeas corpus. Não há data para o julgamento do mérito.
No inquérito policial, há relatos de que as vítimas seriam obrigadas a tatuar o sobrenome de um dos investigados nas costas, evitando que as mulheres aliciadas se desligassem dele e promovendo sua “marca” para os usuários de sites pornográficos adultos.
Cabe, agora, ao Ministério Público Federal analisar o caso e decidir pelo oferecimento de denúncia ou arquivamento. O inquérito tramita em segredo de Justiça.