Articuladores políticos reconhecem que a versão deve ser modificada, mas querem ter margem de negociação com os parlamentares para chegar a uma proposta que contemple todo o próximo mandato do petista no Executivo
Aliados do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pretendem apresentar a PEC da Transição nesta quarta-feira sem estipular um prazo no texto, o que deixa as despesas do Auxílio Brasil fora do teto de gastos por tempo indeterminado. Articuladores políticos reconhecem que a versão deve ser modificada, mas querem ter margem de negociação com os parlamentares para chegar a uma proposta que contemple todo o próximo mandato do petista no Executivo. Ontem, durante encontro no Egito, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse a Lula que o limite de quatro anos é mais “real” e “factível” para garantir a aprovação da matéria no Congresso do que o prazo em aberto. Segundo presentes, Lula concordou.
RAPIDEZ. Pacheco designou líderes partidários para discutirem hoje com o vice eleito, Geraldo Alckmin, um acordo para a PEC seguir direto ao plenário, sem passar por comissões.
CONSULTA. Alckmin perguntou a opinião do secretário da Fazenda de São Paulo, Felipe Salto, com quem esteve ontem, sobre o valor de R$ 175 bilhões da PEC. Ouviu que é preciso determinar o arcabouço fiscal e delimitar um prazo para o gasto extrateto.
LEITURA. O vice eleito quis ficar com uma minuta da PEC que Salto elaborou com o desenho de uma nova âncora fiscal.
NOVA ETAPA. Os últimos integrantes da transição serão anunciados hoje por Alckmin, Gleisi Hoffmann e Aloizio Mercadante. Com o time completo, o foco será analisar informações fornecidas pelo TCU.
ABSTENÇÃO. Aliados de Ilan Goldfajn ainda esperam o endosso público de Lula à candidatura do economista à presidência do BID. Segundo o entorno do presidente eleito, no entanto, a expectativa deve ser frustrada. A tendência é manter silêncio sobre a disputa.
CHEGOU… Interlocutores de Goldfajn argumentam que ele é alinhado com nomes que aderiram à campanha de Lula.
…TARDE. Petistas ponderam que ele poderia ter buscado o alinhamento político ainda na campanha eleitoral e dizem que agora é difícil assumir compromisso em um processo sobre o qual não opinaram, conduzido pelo ministro Paulo Guedes.
VAI DAR. A aposta de aliados de Goldfajn é de que a “não objeção” de Lula será suficiente para eleger o brasileiro.
PROJETO. A proposta que cria a Lei de Responsabilidade Social deve avançar no Senado. O presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (União-AP), pautou para hoje a votação do texto, relatado por Simone Tebet (MDB-MS). O fim da deliberação deve ficar para a próxima semana. Essa foi uma das promessas de campanha de Tebet incorporadas por Lula.
CRÍTICA. O líder do governo no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ), disse que o colegiado foi convocado “na calada da noite” e que isso tem “cheiro de manobra”.