domingo, 19 maio 2024

‘Vai mudar o comportamento’

Quando o árbitro Anderson Daronco paralisou a partida entre Bahia e Palmeiras para revisar a marcação de um pênalti e o cartão para o defensor do tricolor baiano, estava inaugurado oficialmente o VAR (árbitro de vídeo) no Brasil. As quartas de final da Copa do Brasil se constituíram como uma experiência. A expectativa é utilizar o recurso no Campeonato Paulista de 2019. Os árbitros, por sua vez, não escondem a euforia.

“O árbitro de vídeo é uma das maiores evoluções nas regras do futebol desde sua origem. Legal também por ser iniciativa de um brasileiro, Manoel Serapião. Deixaremos de ter erros crassos”, comemorou o árbitro Vinicius Furlan, secretário de esportes de Santa Bárbara d´Oeste.

Para o juiz, o fato da Copa do Mundo ter utilizado o trunfo na final entre França e Croácia e nenhum gol impedido ter sido legalizado é a prova cabal de que a experiência deu mais do que certo. “Como toda grande mudança, é importante salientar que estamos numa fase de adaptação. A tendência é de evolução: na capacitação dos árbitros, no comportamento de jogadores e nas orientações dos treinadores”, arrematou.

Presente no seminário de lançamento da Copa Paulista, em Campinas, Raphael Claus é outro que celebra a novidade e a retirada do futebol do tempo da idade média. “É um momento histórico, um sonho realizado. A contestação e as críticas vinham através da imagem. Hoje, temos a possibilidade de rever isso. Na Copa do Brasil, a CBF ainda vai se pronunciar, mas foi tudo tranquilo. O VAR vem para trazer ainda mais justiça, para legitimar os resultados. Vou além. Em dois ou três anos, isso vai mudar o comportamento dos jogadores”, disse o árbitro, que é radicado em Santa Bárbara d´Oeste.

Ex-árbitro de futebol e com jogos importantes no currículo, Flávio Rodrigues Guerra é outro que exibe alivio pela novidade, mas chama atenção para alguns aspectos que não podem ser esquecidos. “Acho que não só a arbitragem o futebol ganha com isso, mas acho que tem que ser em situações pontuais”, alertou. “O importante é que a decisão final será a correta”, disse.

Ao contrário do que alguns pensam, Guerra considera que o “tempero” do futebol jamais será desprezado. “Mesmo com o auxílio do árbitro de vídeo sempre existirão opiniões diferentes. (…) O árbitro de vídeo precisa ter coragem para interferir em todas as circunstâncias. Já nesses jogos (da Copa do Brasil) em todos os estádios tinham seguranças na porta da sala dos árbitros de vídeos”, arrematou.

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