quinta-feira, 25 abril 2024

Americana lança ‘Botão do Pânico’

Ontem, no Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres, a Prefeitura de Americana e a Gama (Guarda Municipal de Americana) lançaram o aplicativo “Botão do Pânico”. A ferramenta é um recurso para auxiliar o atendimento a mulheres vítimas de violência.

Em entrevista coletiva de imprensa realizada no auditório da prefeitura ontem pela manhã, os idealizadores do app apresentaram o projeto, que já está em funcionamento. Participaram da cerimônia representantes do Poder Público, do Poder Judiciário e membros do Conselho dos Direitos da Mulher.

O “Botão do Pânico” é um aplicativo que permite denunciar violência contra mulheres em tempo real. Contudo, o app só é usado, por enquanto, para mulheres que têm medidas protetivas determinadas pela Justiça.

O comandante da Gama, Marcos Guilherme, aborda a eficiência do sistema operacional. “Em até dez segundos, a vítima aciona o aplicativo, que vai gerar um sinal de alerta para a Central de Atendimento da Gama e também para outros dois contatos selecionados previamente pela pessoa protegida”, explica. Os cadastrados na rede de proteção recebem o sinal por mensagem via Internet ou SMS, no celular.

Automaticamente, o app indica o local e o momento da agressão. O alarme fica oito minutos lançando um sinal a cada dez segundos, sem que a tela do celular emita luz. “Mesmo que a vítima esteja em deslocamento, por meio do GPS, conseguimos localizá-la”, explica o comandante.

Franch Ricardo Rocha, patrulheiro da Gama, foi quem desenvolveu o app. Ele conta que desde a idealização até a instalação nos aparelhos de telefones de vítimas, o processo demorou cinco meses. “Por trás do Botão do Pânico existe um banco de dados que permite o resgate do histórico da vítima e do agressor, com nome, idade, endereço e histórico processual”, informa.

O comandante da Gama destaca, ainda, que o Botão de Pânico só é viável em Americana por conta da estrutura geográfica favorável da cidade e do efetivo de patrulhamento.

“A viatura que estiver mais próxima da ocorrência deve garantir o atendimento. Conseguimos chegar de um extremo a outro da cidade em tempo suficiente para socorrer a vítima. Por meio de estudos, espera-se que, após o acionamento, o socorro chegue em até 3 minutos”, estima Marcos Guilherme.

SEM CUSTOS
O aplicativo está hospedado em um servidor da Gama, que também dá suporte para o site da corporação. “O app não gerou custos porque já estava no orçamento da Guarda Municipal”, declara Marcos Guilherme.

Para o juiz de Direito de Americana, Gerdinaldo Qichaba, a iniciativa é louvável. “No entanto, é preciso trabalhar o processo da violência como um todo: a vítima e o agressor. Entender o porquê da situação de agressão e por meio de um trabalho em rede instalar uma justiça restaurativa”, comenta.

USO RESTRITO
Inicialmente, o Botão do Pânico é um aplicativo de uso restrito. Não é possível encontrá-lo nas lojas on-line, como PlayStore, por exemplo.

“Selecionamos patrulheiros específicos que fazem o acompanhamento de mulheres que já têm medidas protetivas. Inicialmente, o grupo oferece e explica o funcionamento do app para a vítima. Em seguida, ela recebe a instalação do aplicativo no celular”, explica Marcos Guilherme.

As mulheres que moram na cidade e têm uma medida protetiva já estão com o “Botão de Pânico” instalado no aparelho celular. De acordo com Marcos Guilherme, atualmente, são 24 mulheres assistidas pelo Grupo de Proteção, mas o número já chegou a contar com 40 pessoas.

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