quinta-feira, 2 maio 2024

Bioconcreto capaz de se autorregenerar é a nova criação das estudantes da Etec de Americana

O Projeto desenvolvido como TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) pelas as alunas é uma inovação sustentável, que pode abater custos de manutenção 

Foto: Divulgação/ETEC

A inovação é a exploração com sucesso de uma nova ideia, transformando-a num novo produto, e com este espírito a Lívia Colossal Rodrigues Sciascio, Letícia Percio Miguel e Maria Clara Leme Trindade alunas da Etec (Escola Técnica Estadual) Polivalente de Americana criaram um bioconcreto autorregenerativo usando a bactéria Bacillus subtilis.

Com o propósito de combater rachaduras, consideradas um dos principais confrontos das edificações, e oferecer ao mercado uma solução inovadora, sustentável e econômica, elas desenvolveram um projeto de TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) do Ensino Médio Integrado ao Técnico em Edificações, superando as barreiras da inovação elas chegaram à final da 21ª edição da Febrace (Feira Brasileira de Ciências e Engenharia), que acontece entre os dias 20 e 24 deste mês.

As alunas Lívia Colossal Rodrigues Sciascio, Letícia Percio Miguel e Maria Clara Leme Trindade, fizeram inúmeras pesquisas, pois a construção civil é um setor importante da nossa economia, em constante crescimento. Para atendê-lo, analisaram tendência e encontraram um estudo sobre bioconcreto, do cientista Henk Jonkers, o encontro de todos os fatores que elas gostariam de abordar no TCC.

“Chegamos ao terceiro ano, certas de que queríamos trabalhar em um projeto que não agredisse o meio ambiente e que tivesse potencial para revolucionar a área da construção civil”, esclarece Lívia.
O concreto é um dos principais materiais usados nas construções. Diferentemente do composto tradicional, o material apresentado pelas alunas tem maior vida útil e uma importante diminuição de custos com manutenções devido ao processo de autorrecuperação. Apesar disso, não é um produto barato. As alunas estimam que o custo seja 60% maior em relação ao concreto tradicional.
A solução encontrada pelas as estudantes compõe-se na criação de um concreto que tem em sua composição bactérias encapsuladas com seu alimento, o lactato de cálcio. As Bacillus subtilis sobrevivem adormecidas nas construções por até 200 anos. Quando trincos ou rachaduras surgem, esses microrganismos ficam expostos à umidade e oxigenação, o que faz com que essas bactérias “despertem”. É nesse momento que elas encontram o alimento e, durante o processo de digestão, forma carbonato de cálcio, substância que “cicatriza” as rachaduras.
Uma das alunas, a Lívia conta que a escolha do tipo de microrganismo usado no estudo é o grande diferencial e nas primeiras pesquisas sobre o bioconcreto usaram bactérias vulcânicas, que seriam inviáveis para o projeto e para o mercado nacional, em razão do alto custo e processo de importação.
Lívia, Letícia e Maria Clara, elas foram bastante promissoras. Os modelos exibiram o resultado esperado e foi possível observar o processo de regeneração a olho nu.

“Agora a expectativa é seguir com os estudos para poder oferecer o produto ao mercado, sabemos que esse projeto fora do meio acadêmico pode ajudar na evolução do futuro da construção civil”, comenta Lívia. Ela pretende trabalhar o tema quando entrar no curso de arquitetura. O mesmo pensa a Letícia, que ingressou na faculdade de Engenharia Civil. Além disso, elas buscam programas e parcerias que possam associá-las a investidores.

Com muito orgulho, a professora Denise Alvares Bittar, comenta a evolução do trabalho, e que teve muito empenho das estudantes. “As meninas foram além das pesquisas, fizeram o ensaio prático no laboratório e agora ainda têm esse reconhecimento da classificação na final da Febrace, (Feira de projetos organizada pela Universidade de São Paulo). É uma emoção que não cabe no peito.”

A Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE) é um programa de talentos em ciências e engenharia que estimula à cultura científica, o saber investigativo, a inovação e o empreendedorismo em jovens e educadores da educação básica e técnica do Brasil. E as alunas do curso Técnico em Edificações da ETEC Polivalente de Americana são finalista da 21ª Febrace (Feira Brasileira de Ciências e Engenharia).

A partir das avaliações na etapa online realizada em janeiro deste ano. De mais de 1000 inscritos para as semifinais e 47 projetos do Estado de São Paulo foram selecionados para a final e convidadas a participarem das atividades presenciais que ocorrerão entre os dias 20 e 24 de março de 2023, no Campus da USP, em São Paulo.

A ETEC Polivalente de Americana será representada pelo projeto: “Bioconcreto: tecnologia do concreto auto regenerativo com ênfase na bactéria Bacillus subtilis”, desenvolvido pelas alunas Letícia Percio, Lívia Colossal e Maria Clara Trindade. 

Foto: Divulgação/ETEC

Receba as notícias do Todo Dia no seu e-mail
Captcha obrigatório

Veja Também

Veja Também